Transtorno de Estresse Pós-traumático (TEPT)
- HUB CONNECTION RH
- 5 de fev. de 2021
- 5 min de leitura
Atualizado: 6 de fev. de 2021
O transtorno de estresse pós-traumático de sigla (TEPT), geralmente surgem com sentimentos diversos intensos e desagradáveis, que têm início após um evento extremamente traumático, seja eventos de risco à própria vida ou à vida de entes queridos ou pessoas próximas, tais eventos podem causar angústia intensa e de longa duração.
Uma das sensações mais comuns, é quando a pessoa afetada revive o evento, têm pesadelos frequentes e evite qualquer coisa que possa lembrá-la do evento.
Traumas são comuns, mas muitas pessoas são afetadas de maneira duradoura quando uma tragédia acontece e em algumas pessoas os efeitos são tão persistentes e graves que são debilitantes e representam um transtorno.
Em sua maioria, as tragédias mais propensos a causar TEPT são aqueles que invocam sentimentos de medo, desamparo ou temor de que volte acontecer.
Desastres naturais ou provocados por empresas/pessoas são causas comuns do TEPT, a exemplo das tragédias de Mariana e Brumadinho, no entanto, ele pode ser causado por qualquer experiência avassaladora e possivelmente fatal, como violência física ou um acidente de automóvel.
O transtorno de estresse pós-traumático afeta mais de 10% das pessoas em algum momento de suas vidas, incluindo crianças, aproximadamente 4% das pessoas em todo o mundo sofrem desse transtorno anualmente.

A tragédia de Marina em 2015 e a tragédia de Brumadinho em 2019 fizeram emergir a discussão sobre o TEPT, na sociedade através do senso comum e nas ciências humanas através da literatura acadêmica e científica, mas neste artigo nos interessamos em falar para o leigo um pouco sobre este transtorno que atinge milhões de brasileiros e é tão desconhecido, para ilustrar o processo terapêutico no TEPT, um trecho da música de Fala Mansa com Gabriel O Pensador.
Quem nunca viu a sorte pensa que ela não vem
E enche a cacimba de mágoa
Hoje me abraça forte, corta esse mal, planta o bem
Transforma lágrima em água
Cacimba de Mágoa - Gabriel O Pensador / Tato (2016)
Sintomas
O transtorno de estresse pós-traumático dura geralmente em torno de 12 meses, ou até mais ele pode ser uma continuação do transtorno de estresse agudo, também, ser confundido com depressão, ansiedade ou até mesmo síndrome do pânico e surgir separadamente até seis meses após o evento traumático.
O transtorno de estresse pós-traumático pode não desaparecer completamente, mas geralmente fica menos intenso com o passar do tempo, mesmo sem tratamento. Algumas pessoas, entretanto, ficam gravemente incapacitadas pelo transtorno.
O transtorno do estresse pós-traumático (TEPT) pode se apresentar em um dos quatro categorias de sintomas, de acordo com o National Institute of Mental Health, Transtorno do estresse pós-traumático:
• Sintomas intrusivos (o evento invade os pensamentos de maneira repetida e incontrolável)
• Evitar qualquer coisa que as relembre do evento
• Efeitos negativos sobre o pensamento e o humor
• Alterações no estado de alerta e nas reações
Sintomas de intrusão
O evento traumático pode reaparecer repetidamente na forma de memórias indesejadas involuntárias ou pesadelos recorrentes. Algumas pessoas têm flashbacks, durante os quais elas revivem os eventos como se eles estivessem realmente acontecendo em vez de simplesmente se lembrarem deles.
Sintomas de esquiva
A pessoa evita de maneira persistente tudo – atividades, situações ou pessoas – que possa recordá-la do trauma. Por exemplo, é possível que ela evite entrar em um parque ou edifício comercial onde foi vítima de agressão ou evite falar com pessoas da mesma raça que a pessoa que a agrediu. Elas podem, inclusive, tentar evitar pensamentos, sentimentos ou conversas sobre o evento traumático.
Efeitos negativos sobre o pensamento e o humor
É possível que a pessoa não consiga se lembrar de partes significativas do evento traumático (um quadro clínico denominado amnésia dissociativa).
A pessoa pode se sentir emocionalmente entorpecida ou desligada das outras pessoas. A depressão é comum e a pessoa afetada mostra menos interesse por atividades que costumava apreciar.
A impressão que a pessoa tem sobre o evento pode ficar distorcida, o que a leva a se culpar ou culpar os outros pelo que aconteceu. Sentimentos de culpa são também frequentes. Por exemplo, é possível que a pessoa se sinta culpada por ter sobrevivido a situações em que outras morreram. Ela pode sentir apenas emoções negativas, como medo, horror, raiva ou constrangimento, e pode não conseguir sentir felicidade, satisfação ou amor.
Alterações no estado de alerta e nas reações
A pessoa pode ter dificuldade em adormecer ou se concentrar. Ela pode se tornar excessivamente vigilante quanto à presença de sinais de alerta de risco. É possível que ela se assuste facilmente.
É possível que a pessoa se torne menos capaz de controlar suas reações, resultando em comportamento imprudente ou ataques de raiva.
Outros sintomas
Algumas pessoas desenvolvem atos rituais com a intenção de aliviar sua ansiedade. Por exemplo, é possível que vítimas de violência sexual tomem banhos repetidamente para tentar remover a sensação de sujeira.
Muitas pessoas com TEPT usam álcool ou entorpecentes para tentar aliviar os sintomas e acabam apresentando um transtorno por uso de substâncias.
Diagnóstico
Avaliação de um profissional em saúde mental é imprescindível.
A pessoa foi exposta direta ou indiretamente ao evento traumático.
Os sintomas têm ocorrido por um mês ou mais.
Os sintomas causam angústia significativa ou prejudicam o desempenho de atividades de modo significativo.
A pessoa apresenta alguns sintomas de cada uma das categorias de sintomas associados ao TEPT (sintomas de intrusão, sintomas de esquiva, efeitos negativos sobre o pensamento e o humor e mudanças no estado de alerta e nas reações).
O psicólogo também verifica se os sintomas poderiam ter sido causados pelo uso de um medicamento ou outro transtorno.
O TEPT frequentemente não é de difícil diagnóstico, pois causa sintomas tão variados e complexos. Além disso, a presença de um transtorno por uso de substâncias pode distrair a pessoa quanto à presença do TEPT. Quando ocorre um atraso no diagnóstico e no tratamento, o TEPT pode se tornar cronicamente debilitante.
Tratamento
• Psicoterapia
• Farmacoterapia
• O tratamento de outros transtornos, como o uso de substâncias ou o transtorno depressivo maior
Psicoterapia
A psicoterapia é o principal tratamento para o transtorno do estresse pós-traumático (TEPT).
Aprender sobre o TEPT pode ser um passo inicial importante no tratamento. Os sintomas do TEPT podem causar confusão extrema e, frequentemente, é muito útil que as pessoas com TEPT e seus entes queridos entendam que ele pode incluir sintomas aparentemente não relacionados.
As técnicas de controle do estresse, como respiração e relaxamento, são importantes. Os exercícios que reduzem e controlam a ansiedade (por exemplo, ioga, meditação) podem aliviar os sintomas, além de preparar a pessoa para o tratamento que envolve a exposição estressante a memórias do trauma.
A principal corrente de pensamento favorece o uso de psicoterapia estruturada e focalizada, geralmente um tipo de terapia cognitivo-comportamental (TCC) denominado terapia de exposição que ajuda a apagar o medo deixado pelo evento traumático.
Mais informações: National Institute of Mental Health, Transtorno do estresse pós-traumático: Informações gerais sobre muitos aspectos do transtorno de estresse pós-traumático, incluindo tratamento, terapias e programas educativos
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Por: Psic. Hallan Lincoln
CRP: 04/58969
Psicólogo Clínico, Social e do Esporte l Palestrante l CEO HUB Connection
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